Humanos não compreendem reflexos no espelho - Ciênciahoje

Humanos não compreendem reflexos nos espelhos

Psicólogos da Universidade de Liverpool descobriram que as pessoas ainda acham difícil de compreender como funcionam os espelhos. Marco Bertamini, da Escola de Psicologia da Universidade, conduziu um número de experiências tapando um espelho numa parede e convidando os participantes a caminhar numa linha paralela ao espelho.

Pediu-lhes que adivinhassem o ponto no qual seriam capazes de ver os seus reflexos. Os resultados mostraram que as pessoas acreditam conseguir ver-se a si mesmas ainda antes de estarem niveladas com canto do espelho mais próximo. Bertamini disse: “As pessoas têm tendência a não entender que a localização do espectador importa em termos do que é visível num espelho. Um bom exemplo disto é o que nós chamamos o Efeito de Vénus, que está relacionado com inúmeras pinturas famosas da deusa Vénus a olhar para um pequeno espelho.

 “Se olhasses para essas pinturas, assumirias que Vénus está a admirar a sua própria cara, porque virias a sua cara no espelho. No entanto, o teu ponto de visão é bastante diferente do dela; se a consegues ver no espelho então ela conseguiria ver-te a ti no espelho.”

Aos participantes foi também pedido que calculassem o tamanho da imagem das suas cabeças de acordo com o que é mostrado na superfície do espelho. Eles calcularam que seria um tamanho semelhante ao das suas cabeças em termos físicos. No entanto, os participantes basearam as suas respostas na imagem que viram dentro do espelho e não na imagem que viram à sua superfície. Não conseguiram reconhecer que a imagem na superfície do espelho é metade do tamanho do observador porque o espelho está sempre a meia distância entre o observador e a imagem que aparece dentro do espelho.

Bertamini acrescentou: “Os espelhos permitem-nos ver objetos virtuais que existem no mundo virtual; eles são janelas para esse mundo. Por um lado, nós confiamos no que vemos, mas, por outro, este é um mundo que nós sabemos não ter existência física. Esta é uma das razões que explicam porque é que historicamente as pessoas têm sido fascinadas por espelhos.”

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